Eu descobri na última Primavera que o Massachussets Institute of Technology (MIT), tem vindo a colocar seus cursos online gratuitamente naquilo a que chama o seu programa "Open Courseware". Para cada classe inclui coisas como notas de lições, problemas para resolver, atribuições de leitura e, em alguns casos, as próprias lições gravadas. Tendo um interesse pelas ciências e, mais recentemente, pelos debates evolução vs Intelligent Design, eu decidi que seria bem empregue o tempo gasto a ouvir um curso para obter uma visão geral dos mais recentes e melhores ensinos de biologia.
Esta classe foi exatamente o que eu estava à procura, uma vez que abrangia muita matéria e em bastante profundidade, desde sistemas celulares à genética e outras coisas mais. Também achei muito agradável ouvir, e gostei particularmente das lições do Professor Eric Lander, director do Broad Institute no MIT, e um dos principais líderes do Human Genome Project. As sessões dele são entusiasmantes e freqüentemente incluem vislumbres da vanguarda da genética e das ciências médicas.
Na verdade, a classe foi dirigida por 4 docentes diferentes, e deve-se salientar que todos eles concordaram com a evolução. Não foram realmente apresentadas provas para a evolução, e nada realmente surgiu no decorrer das lições que eu consideraria apoio implícito à teoria. No entanto, sempre que a pergunta de porquê um determinado sistema biológico ou comportamento apareceu, era simplesmente afirmado que tinha evoluído dessa maneira.
Evidentemente, pode-se argumentar que as "provas"não foram apresentadas porque não se tratava de uma lição de "biologia evolutiva", onde as provas estariam na ordem do dia, mas é preciso salientar aos defensores da evolução, que insistem em que a ciência da biologia não faz sentido sem as presuposições de Darwin, que esses professores portaram-se muito bem na instrução que deram, sem dependerem de teoria de Darwin. Talvez o que esses defensores querem realmente dizer é que não se pode ter satisfação emocional nesta ciência sem algum dispositivo explicativo para preencher o vazio da curiosidade que surge após testemunhar as maravilhas da biologia celular. E uma vez que o design não é permitido na "boa" ciência, é preciso ter Darwin para amaciar o coração insatisfeito.
O que foi bom é que, nesta sala, isolada do debate público sobre a teoria da evolução, onde a retórica é espessa e os dados são seletivamente ressaltados, estes instrutores foram totalmente sinceros e abertos naquilo que eles compartilhado e nas suas reações pessoais. Evidentemente, como alguém que está convencido da verdade do Design Inteligente, o meu radar estava sintonizado para captar provas do design e dificuldades da evolução. Mesmo que esses instrutores não tenham tido a intenção de sugerir tais coisas, eu descobri que se eu lêsse nas entrelinhas eu reuniria material valioso.
Escutando as lições aproveitei o tempo para fazer anotações, esperando "blogar" sobre eles no futuro. Pretendo fazê-lo agora. Qualquer pessoa interessada em biologia e/ou na teoria do Design Inteligente(DI) pode achar isto estimulante e pode querer seguir o meu exemplo. O meu objectivo é apresentar isto como uma série que irá consistir nas minhas notas individuais das lições(talvez algumas por postagem), seguidas dos meus próprios pensamentos. Cada "nota de lição" irá conter algum ensinamento ou comentário diretamente retirados da aula. Vai ser na maioria das vezes o meu próprio parafrasear das palavras do professor, mas vai representar conteúdo objectivo da sala de aula livre dos meus próprios preconceitos, pelo menos até aonde eu conseguir. A minha própria reflexão pessoal seguirá cada nota.
Assim, sem mais, apresento a primeira colecção das minhas observações sobre as lições de biologia do MIT.
Nota da Lição:
Na lição introdutória, o professor recorda o quão diferente é a lição desde quando ele próprio a recebeu a primeira vez, e até mesmo o quão diferente é desde que ele começou a ensiná-la. Ele lembra que isto é bastante exclusivo deste campo, uma vez que, por exemplo, a matemática e a física básicas baseiam-se, praticamente na mesma base de conhecimento que tem estado em vigor durante décadas ou séculos. A principal diferença na biologia é que tem-se descoberto que a célula é muito mais complicada do que inicialmente se pensava. E muito mais precisa de ser tido em conta, ao nível molecular, para se ter apenas uma compreensão básica daquilo que a célula é afinal.
Os meus pensamentos:
Na verdade, no tempo de Darwin pensava-se que a célula era um mero pedaço de protoplasma. Com aquela concepção, é muito mais compreensível poder imaginar que tal coisa pudesse vir a existir por acaso, em alguma sopa morna primordial, ou que pudesse evoluir facilmente. No entanto, nos anos que se seguiram, descoberta após descoberta foi-se revelando a incrível complexidade do que é afinal a célula e daquilo que está por explicar. Quaisquer ganhos teóricos feitos para fornecer essas explicações são rapidamente ultrapassados pelo anunciar incansável de novas descobertas. A determinada altura afigura-se razoável pôr em causa a teoria da origem da vida baseada no acaso, especialmente quando muitas das supostas explicações encontram obstáculos no caminho ou têm contra-exemplos. Se eu mostrar-lhe um monte de diversos pedaços de sucata metálica e, em seguida, lhe disser que eu a agitei durante um mês e que, em seguida, encontrei ali um skate, você pode acreditar nisso. E se fôr um uniciclo? Talvez. Mas se fôr um 747?
Nota da Lição:
O professor observa que nenhum dos diagramas da célula que a classe está prestes a ver são ilustrações precisas da verdadeira complexidade de qualquer das partes da célula que são representadas. Por exemplo, a parede celular é freqüentemente mostrada como uma membrana, talvez com alguns objetos incorporados. Na realidade, é uma estrutura complexa, que tem até o esboço de um esqueleto nos Eukaryotes - equipada com portais, bombas, e sensores.
Os meus pensamentos:
Deve-se perceber que cada estrutura na célula é geralmente composta de inúmeras moléculas interrelacionadas que estão instaladas de forma precisa para a forma e para as prpriedades eletro - químicas. E por trás das estruturas e das "máquinas" moleculares que se encontram por toda a célula, há uma série de sistemas de apoio necessários para montar, transportar, fornecer energia e para lhes dar assistência. A célula é um recipiente bem embalado de super-moléculas, que foi justamente comparada a uma cidade no que toca à sua complexidade e actividade. Os ganhos de pequenos passos que Darwin propôs seriam incapazes de construir a maioria dos sistemas integrados que encontramos na célula, muito menos as interacções complexas e dependentes entre eles. E uma vez que a evolução não "planeia" para o futuro, não pode acumular as partes necessárias na esperança de um dia colocá-las todas juntas para fazer uma estrutura de complexidade irredutivel (ou seja, uma estrutura que necessita de cada uma das suas partes ou ela não funcionará).
Alguns têm proposto que sistemas simples e similares poderiam ter sido co-seleccionados na formação de outro mais complexo, como o flagelo bacteriano. Mas isto é como dizer que um skate poderia tornar-se uma bicicleta, que poderia tornar-se uma motocicleta, que poderia tornar-se um carro. Embora haja uma certa progressão funcional aqui, há também muito de reengenharia, e não apenas pequenos acréscimos, que precisa de ser feita para ir de uma fase para a outra. E lembre-se, cada estágio intermediário deve estar operacional e com algumas vantagens para a célula, ou então não teria vindo para sobreviver e dominar sobre os seus pares. Não existem empresas de aluguer de carros em que a motocicleta está na loja a ser reprojectada e revista para a forma de um carro; Eles têm que existir e estar disponíveis para o transporte em todo o processo.
Nota da Lição:
Uma referência de passagem à evolução aconteceu numa revisão do professor dos diversos elementos da célula. O recurso foi apresentado como "problemas que a célula tinha de resolver" e "soluções com que ela surgiu". Isto inclui coisas como interagir com o ambiente, a aquisição de fontes de energia, regular a produção de proteínas, etc
Os meus pensamentos:
Este tipo de linguagem de intencionalidade é muito comum no mundo da biologia. Na maior parte das vezes, é feito inconscientemente, e eu tenho certeza de que, se eu chamasse a atenção do professor sobre isto, ele iria voltar atrás e procurar uma forma mais naturalista de expressar o seu ponto.
Reparem que, de acordo com a teoria evolutiva, a célula é apenas um saco de diversos produtos químicos. Ela não tem intenção de alguma coisa e não gasta um momento à procura de soluções para os problemas ou à procura de melhorias para si. Ela vive ou morre, reproduz-se ou não. Se ela tem um problema funcional insuperável, ela simplesmente deixa de funcionar. Ela não iria andar por aí dias e anos - certamente não gerações - vagueando até que tenha encontrado a sua solução. Em cada turno, a qualquer das fases de evolução, ela e os seus pares devem ser viáveis ou então serão exitintas.
Se um problema surgir para o qual a célula tem que se adaptar ou morrerrá - como uma mudança ambiental na química ou temperatura - não iria começar a desovar mutações na esperança de que um membro da colônia iria avançar com a solução mágica. Não, a "solução" já deve residir na comunidade, ou ser milagrosamente produzida nos seus últimos esforços reprodutivos às portas da morte. A evolução baseada na pressão ambiental (para a qual o apelo é feito muitas vezes) implica dramáticos ganhos ou em curtos espaços de tempo, ou dramáticas novas funcionalidades que simplesmente vão ficando por alí na celula sem qualquer finalidade até que, e se, o acaso as chamar.
A evolução evoca a ideia de mutações fortuítas ocorrendo no momento certo, ou apenas para satisfazer um tipo especifico de necessidade. Mas, na realidade, mesmo quando e se uma célula obtiver milagrosamente uma "boa" mutação, não é ainda garantido que ela seja boa de tal maneira que satisfaça as necessidades particulares de um organismo particular. Por exemplo, se uma célula subitamente adquirir a capacidade de decompor a celulose para alimento (como as bactérias no estômago das térmitas), seria bom que a celulose estivesse presente no ambiente. Mas, se não fosse esse o caso, então esta nova capacidade seria nenhuma vantagem. Na verdade, seria um entrave, uma vez que o fabrico das enzimas consumiria recursos valiosos que poderiam ser mais bem utilizados para ajudar o organismo a florescer no seu verdadeiro ambiente. A nossa célula nova múlti-talentos iria-se encontrar a sí própria batida pelos seus pares menos talentosos, e, assim, afogar-se-ia no pool genético antes mesmo de se encontrar com um pedaço de celulose no futuro.
A ordem do dia para a evolução é adaptar-se rápidamente ou morrer. Não existem Boy Scouts, preparados para qualquer coisa, no mundo Darwinista. Ter uma mochila e bolsos cheios com produtos e ferramentas valiosas pode fazê-lo valioso para seus colegas escoteiros, mas nas trilhas acidentadas e de pouca visibilidade da Selecção Natural isso só vai deixar você na poeira das pessoas que transportam apenas aquilo que é necessário para alcançar o próximo cume.
(Texto a azul, por Paul Pruett)
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