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sábado, 22 de setembro de 2007

Junk DNA (DNA lixo)

O DNA "lixo" não é inútil. Pode mesmo ser vital. Os investigadores pensam que estará ligado à regulação do desenvolvimento embrionário.

O mais interessante é que sequências iguais desse DNA "lixo" podem ser encontradas no genoma de espécies tão diferentes como humanos, ratos, galinhas, cães e peixes. Ou seja, os mesmos pedaços de código que se pensava ser inutil, apresenta-se da mesma forma, inalterado, preservado, sem mutações, nessas diferentes espécies.

Apesar de se apresentar de uma forma tendencialmente evolucionista (nada que todos não estejam já habituados), achei tão interessante este artigo, que o deixo aqui traduzido na íntegra:

Uma colecção de segmentos misteriosos de DNA, que parecem ser cruciais para a sobrevivência de muitos animais, está a causar grande interesse entre os cientistas.

Investigadores inspeccionando o código genético de ratazanas, ratos e humanos ficaram surpresos ao descobrir que partilhavam muitos pedaços idênticos de aparente DNA "lixo".

Isto implica que o código é tão vital que mesmo 75 milhões de anos de evolução destes mamiferos não conseguiram afectá-lo.

Mas o que o DNA faz, e como, é um mistério, diz o jornal Science.


Excesso de bagagem?

Antes de os cientistas começarem em laboratório a mapear os códigos da vida de vários animais, eles tinham uma opinião muito limitada sobre que partes do genoma eram importantes.

Segundo o ponto de vista tradicional, as coisas mesmo cruciais eram os genes, que codificam proteinas - os "blocos de construção da vida". Umas poucas outras secções que regulam o funcionamento do gene eram também considerados úteis.

O resto pensava-se ser excesso de bagagem - ou DNA "lixo".

Mas as novas descobertas sugerem que esta interpretação não era satisfatória.

David Haussler da Universidade da California, Santa Cruz, EUA, e a sua equipa compararam as sequências do genoma humano, rato e ratazana. Eles descobriram - para sua surpresa - que vários grandes trechos de DNA eram idênticos nas três espécies.

Para prevenir que isto não tenha acontecido por coicidência, eles encontraram sequências que eram de pelo menos 200 pares de bases (as moléculas que compoem o DNA) em comprimento. Estatisticamente uma sequência com este comprimento muito dificilmente apareceria nas três espécies por acaso.

Não apenas uma sequência deste tamanho apareceu nas três espécies - apareceram 480 sequências.


Função vital

Também apareceram as mesmas sequências na galinha, cão e peixe; mas estavam ausentes nos tunicados e nas moscas da fruta.

"Aquilo atirou-me completamente da cadeira abaixo," disse o Professor Haussler. "É extraordinariamente excitante pensar que há estes ultra-conservados elementos que tinham passado despercebidos pela comunidade cientifica."

O mais interessante é que muitas destas "ultra-conservadas" regiões parecem não codificar proteinas. Se não fosse o facto que elas aparecem em tantas espécies diferentes, elas podiam ter sido consideradas inuteis.

Mas seja qual for a sua função, é claramente de grande importancia.

Sabemos isso porque desde que roedores, humanos, galinhas e peixes partilham um antepassado - à cerca de 400 milhões de anos - estas sequências têm resistido à mudança. Isto sugere que qualquer alteração teria danificado a capacidade do animal sobreviver.

"Estes achados iniciais dizem-nos muito quanto ao genoma fazer algo muito importante para além da codificação de proteinas," disse o Professor Haussler

Ele pensa que o cenário mais provável é que eles controlam a actividade de genes indispensaveis e o desenvolvimento embrional.

Perto de um quarto das sequências sobrepoêm-se aos genes e podem ajudar a dividir o RNA - o primo quimico do DNA envolvido na produção de proteinas - para diferentes formas, o Professor Haussler acredita.

Os elementos conservados que não se sobrepôem aos genes tem tendência a agrupar-se próximo de genes que desempenham um papel no desenvolvimento do embrião.

"O facto de que os elementos conservados rondam os genes mais importantes do desenvolvimento, sugere que eles têm alguma função na regulação do processo de desenvolvimento e diferenciação," disse o Professor Haussler.


Repensando o DNA "Lixo"

O próximo passo é determinar de uma forma conclusiva a função para estes pedaços de material genético.

Um método poderia ser produzir ratos geneticamente modificados que tivessem porções dessas sequências retiradas. Comparando o seu desenvolvimento com o de ratos normais, os cientistas poderiam descobrir a função do DNA.


Apesar de todas as questões que esta investigação levantou, uma coisa é clara: os cientistas necessitam rever suas ideias acerca do DNA "Lixo".

O Professor Chris Ponting, do UK Medical Research Council's Functional Genetics Unit, disse à BBC News Online: "Surpreendemente, houve chamadas de algumas secções para apenas mapear as porções do genoma que codificavam proteinas - mapear o resto pensava-se ser perda de tempo."

"Foi uma grande sorte que genomas inteiros tenham sido mapeados, como este trabalho está a mostrar"

Ele acrescentou: "Penso que outros pedaços de DNA 'Lixo' vão deixar de sê-lo. Penso que isto é a ponta do iceberg, e que irá haver muitas outras descobertas semelhantes."





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A origem da vida não é consensual. A evolução dos seres vivos não é consensual. A teoria de Lamarck, a teoria de Darwin, e outras, propuseram a transformação dos seres vivos ao longo do tempo.

Mas o evolucionismo e o darwinismo não explicam de forma satisfatória a complexidade dos seres vivos. A biologia molecular e a biologia celular revelam mecanismos cuja origem os darwinistas nem se atrevem a tentar explicar.


Este blog trata da Teoria do Design Inteligente, Darwinismo e Teoria da Evolução