O psiquiatra Anthony Daniels, que escreve sob o nome de Theodore Dalrymple, parece ter tantas dúvidas sobre a "psicologia evolutiva" como as que eu tenho. Ele escreve no New York Sun,"A alegação do poder explicativo freudiano era falsa, assim como foi a alegação marxista, e assim como a alegação darwinista, a mais popular alegação desse género de hoje, se irá revelar falsa.
Seu principal alvo, no entanto, é Sigmund Freud, de quem ele escreve,
O que é que, se é que alguma coisa foi, que Sigmund Freud realmente descobriu? Que conhecimento humano concreto estaria faltando se ele, ou alguém como ele, nunca tivesse vivido?
Com a maioria dos cientistas, as mesmas questões não seriam muito difíceis de responder. No caso de William Harvey, poderíamos dizer: Ele descobriu a circulação do sangue. Embora os filósofos nos possam dizer que todas as hipóteses científicas são provisórias, na realidade ninguém agora espera que um futuro cientista descubra que o sangue, de facto, não circula.
Freud também alegou ser um cientista no sentido estrito da palavra (embora a sua visão do mundo fosse mais cientifista do que científica), mas todas as suas supostas descobertas, tais como a do complexo de édipo, foram altamente especulativas. Com poucas evidências empiricas independentes para as apoiar, as suas teorias eram mais invenções do que descobertas. Ninguém levaria a sério um médico que concluisse que pelo facto de um jovem ter partído uma perna a jogar futebol, que jogar futebol fosse a única causa para as pernas partidas; mas foi mais ou menos este o método de Freud.
O artigo de Dalrymple fornece muitas informações interessantes sobre a forma como as teorias de Freud ostentavam um verniz de respeitabilidade científica, principalmente (ao que parece), porque elas eram uma alternativa às explicações tradicionais.
Nota: As minhas próprias dúvidas sobre a psicologia evolutiva (que é aquilo que eu assumo a que Dalrymple se referia com a palavra "darwinismo" no contexto) derivam do fato de que ela tenta encontrar "explicações" para o comportamento humano em acontecimentos que se supôe ter acontecido antes da história registada e de alguma forma chegou ao presente nos nossos genes. Isso faz lembrar os esforços de Freud para tentar encontrar explicações nos traumas de infância inconscientes. Isso é muito gratificante para as pessoas que precisam de uma explicação para o seu comportamento, mas não querem que ela seja uma explicação tradicional. No final tem que se dizer, sobre todas aquelas explicações, "talvez ... mas talvez não, e na realidade não há maneira nenhuma de saber".
(por O'Leary)
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