Parece que não é só na física que as coisas começam com uma explosão. Com as formas de vida isso também aconteceu, e da mesma forma dramática.
No "The Design of Life", Wells e Dembski dizem,
... em qualquer local, uma espécie não surge progressivamente pela transformação constante dos seus antepassados; ela aparece toda de uma vez só, e completamente formada. (P. 68)
citando o paleontólogo americano Stephen Jay Gould. Mas muitos outros já observaram o mesmo padrão. Tal como um elefante num quarto dos brinquedos, o aparecimento súbito é dificil de evitar.
Aqui estão apenas alguns exemplos ...
Mamíferos? Temos mamíferos!
A forma convencional de pensar sobre a evolução, há umas décadas atrás, era de que os primeiros mamíferos eram criaturas pequenas e simples que viveram na sombra dos dinossauros dominantes e que não mostravam uma especialização muito complexa. Mas, como o físico britânico David Tyler escreve,
Este quadro teve que ser totalmente revisto à luz de evidências contrárias. Uma grande variedade de animais especializados têm sido documentados, alguns grandes e outros pequenos. A suposição de que os grupos de mamiferos do Mesozoico não tinham especializações ecológicas "está agora falseada por diversas descobertas de novos mamiferos do Mesozoico com convergências para mamiferos altamente especializados ainda vivos".
Os mamíferos altamente especializados de hoje incluem criaturas como o castor e o porco espinho. Se os primeiros mamíferos estavam adaptados a ambientes específicos da mesma maneira que estão os castores e os porco espinhos de hoje, então eles devem ter-se adaptado ao longo de um curto período de tempo. Mas como?
Um Big Bang de aves, ou um grande dinossauro torna-se um pássaro?
Pode ter havido um Big-bang para as aves, de acordo com o biólogo Alan Feduccia, da Universidade da Carolina do Norte (Chapel Hill).
Ele argumenta,
Do ponto de vista clássico as ordens de aves modernas, patos e todos estes pássaros modernos, evoluíram ao longo de 100 milhões de anos antes da separação dos continentes. Do meu ponto de vista esse acontecimento que causou a extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos também foi devastador para as aves, mas elas evoluiram de forma explosiva a seguir às extinções, tal como os principais grupos de mamiferos.
Isto levanta uma das principais questões na história dos vertebrados e da evolução em geral: Será que a evolução das populações ocorre por impulsos explosivos ou como resultado da acumulação gradual de pequenas mudanças ao longo de longos, longos períodos de tempo geológico? ("Ornithologist and Evolutionary Biologist Alan Feduccia—Plucking Apart the Dino-Birds," Discover 02 01 2003)
Quem duvida do Dino-pássaro é alvo de criticas nos bastidores ...
Feduccia, um distinto ornitologista (especialista em aves), foi altamente criticado por duvidar que as aves evoluíram a partir dos dinossauros. A revista Discover sugeriu que ele era um "marginal". A PBS coloca-o desta maneira,
Os ancestrais de todas as aves evoluíram mais tarde, diz ele, entre 65 e 53 milhões de anos atrás, de forma independente dos dinossauros. Esta é a teoria do "big bang" das aves. Feduccia e seus companheiros cépticos - deve-se realçar que eles estão em minoria - vêem qualquer semelhança entre as aves e os dinossauros como um exemplo de evolução convergente, pela qual dois grupos independentes vieram a ser parecidos.
Porque é que os media da ciência pop deitam abaixo Feduccia por fornecer evidências contra a teoria do dino-pássaro? Ele sugere,
A ideia de ser capaz de ver dinossauros vivos quando se olha para o alimentador de pássaros do nosso quintal é muito apelativa. A imprensa popular naturalmente saltou toda em torno desta ideia. É também uma questão de dinheiro. Muitos museus têm promovido a ideia de as aves serem dinossauros vivos, e têm gastos enormes quantidades de dinheiro em exibições que fazem essa ligação. Além disso, alguns paleontólogos já passaram três décadas dizendo que as aves evoluíram a partir de dinossauros, de forma que há carreiras em jogo. Por outro lado, há um exército de pessoas lá fora, que não vão nisso. Só não somos tão ouvidos como a outra parte.
As reflexões de Feduccia apenas mostram por que razão temos que ser consumidores informados e críticos dos media da ciência popular. Um teoria emocionalmente apelativa pode receber cobertura que está completamente desproporcionada em relação às evidências. Pior, os críticos podem ser tratados como incrédulos hostis, muito embora eles estejam na verdade a fazer um trabalho que é essencial para o progresso na ciência - submetendo uma teoria popular a testes rigorosos.
Obviamente que as pessoas querem acreditar que os dinossauros sobreviveram, e - melhor ainda - que sobreviveram na forma muito mais apelativa das aves! Mas o desejo não torna as coisas verdadeiras. Aqui está um resumo dos argumentos de ambos os lados.
De repente, um enorme buquê de flores!
O "abominável mistério" de Darwin , de como teriam surgido as plantas que dão flor (angiospermas) , tornou a ser notícia.
Nas últimas décadas, os investigadores pensaram que tinham encontrado fósseis transicionais de flores, mas estes acabaram por não ser transitórios. Escrevendo na Nature (450, 1184-1189 (20 de Dezembro de 2007)), Michael W. Frohlich e Mark W Chase explicam,
"Não há fósseis estudados que representem claramente o caule do grupo das angiospermas, ou seja, fósseis de plantas relacionadas com as angiospermas actuais mas que na árvore estejam ligadas abaixo do nó da base de angiospermas actuais. Tais fósseis poderiam fornecer prova directa e espetacular de alteração morfológica ao longo desta extensão desconhecida da história evolutiva ".
Frohlich e Chase não estão dizendo que as plantas que dão flores não vieram das plantas primitivas, mas que elas evoluiram muito rapidamente. Nenhuma lenta e longa transição de gradações infinitas foi até agora encontrada, assim o "mistério", mesmo que não " abominável ", ainda é um enigma.
Pois bem, como as novas espécies surgem?
A literatura científica, bem como a imprensa da ciência popular, pressupõe que um registro fóssil adequado deve mostrar uma longa e gradual série de transições de formas de vida simples para formas cada vez mais complexas, geradas pela sobrevivência do mais forte/adaptado. Isso é o que a teoria da evolução de Darwin preconiza e portanto é o que os investigadores são incentivados - e treinados - a procurar. Quando confrontados com o aparecimento súbito de complexidade, eles assumem que a evidência que eles encontraram é excepcional, não normal.
Na realidade, a única razão que temos para acreditar que estas formas de vida transitórias alguma vez existiram é a teoria de Darwin. E a teoria de Darwin depende da descoberta dessas transições.
Como se poderia esperar, ocasionalmente, os paleontólogos encontram um fóssil de transição aparente. E há muita alegria nos media da ciência popular pois a teoria de Darwin está confirmada. No entanto, o modelo geral de fósseis encontrados não confirmam a sua teoria. Esse era o estado das evidências nos seus dias, quando ele teve de inventar explicações para a explosão cambriana de formas de vida (ver "The Design of Life", pp. 69-71), que não foi tarefa fácil. Agora que temos muito mais informações, o estado das coisas é o mesmo.
No momento, não sabemos qual o mecanismo para as mudanças rápidas e repentinas. Pode haver mais do que um mecanismo. Mas nenhum mecanismo pode ser encontrado se não for procurado.
Séculos atrás, os cientistas debatiam sobre se o pai ou a mãe, ou ambos os pais, contribuíam para os genes de uma criança. As experiências genéticas de Gregor Mendel forneceram as evidências de que os dois contribuíam, mas que um era dominante, e o outro recessivo (e, portanto, susceptível de aparecer numa geração posterior). Logo que os cientistas aceitaram aquilo que as evidências de Mendel realmente mostravam, eles puderam começar a procurar um mecanismo (que foi encontrado por Watson e Crick, sob a forma de dupla hélice do nosso genoma).
Um mecanismo não será procurado a menos que a evidência da história de vida seja aceite pelo seu valor real, e não como uma excepção.
(Texto a azul, por O'Leary)
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