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domingo, 2 de março de 2008

Reexaminando a ligação Darwin-Hitler

Darwin HitlerNa calor da luta sobre o ensino da evolução no estado da Flórida, alguns têm sugerido que o darwinismo é perigoso. Alegam que ele tem produzido ideologias odiosas, sendo a mais proeminente, o Nazismo. Michael Ruse criticou aqueles que tentam conectar o Darwinismo e o Nazismo no seu artigo para o Tallahassee Democrat ", "Darwin and Hitler: A Not-Very-Intelligent Link" (6 de Fevereiro).

Ruse, um filósofo por profissão, afirma que os anti-evolucionistas "não são muito bons historiadores". No entanto, ele próprio comete algumas gaffes históricas graves, minando as suas alegações de que estaria a apresentar o registo correcto.

Antes de mais nada, uma vez que Ruse é um filósofo, não um historiador, gostaria de abordar aquilo que me parece ser um erro filosófico no seu breve artigo: a falácia do espantalho.

Ruse desafia duas ideias-chave que eu não vi ninguém defender neste debate: 1), que a ideologia de Hitler era baseada unicamente no Darwinismo; e 2), que o Darwinismo conduz inevitavelmente ao Nazismo. Pode até ser que alguns anti-evolucionistas algures possam efectivamente defender estas posições, mas Ruse ignora a posição histórica muito mais forte com a qual eu avanço no meu livro From Darwin to Hitler: Evolutionary Ethics, Eugenics, and Racism in Germany (Palgrave Macmillan, 2004).

Concordo com Ruse que a ideologia de Hitler não foi construída apenas sobre o Darwinismo. No entanto, Ruse parece não perceber que o darwinismo era o princípio central e orientador da ideologia Nazi, especialmente da visão do mundo do próprio Hitler. Richard Evans, historiador da Cambridge University, explicou, "O verdadeiro ponto central das crenças Nazis fundamenta-se na fé na ciência como base para a acção que Hitler proclamou no seu discurso de Setembro de 1938 em - a visão Nazi da ciência. A ciência exigiu o desenvolvimento dos interesses não de Deus, mas da raça humana, e acima de tudo, da raça alemã e do seu futuro, num mundo dominado por inevitáveis leis de concorrência Darwinista entre as raças e entre os indivíduos". Esta não é uma reivindicação controversa da parte dos anti-evolucionistas, mas é comummente reconhecida por estudiosos que estudam o Nazismo.

Os Nazis não abandonaram o Darwinismo devido às suas implicações raciais igualitárias. De facto, a grande maioria dos Darwinistas nos inícios do século XX argumentava que o Darwinismo revelava a desigualdade racial. Darwin alegou no capítulo dois do seu livro The Descent of Man que havia grandes diferenças na disposição moral e intelectual entre as "raças mais altas" e as "menores selvagens". Mais tarde no Descent ele declarou: "Em algum período no futuro, não muito distante se medirmos em séculos, as raças do homem civilizado irão quase certamente exterminar e substituir por todo o mundo as raças selvagens". A desigualdade racial foi construída sobre a análise de Darwin desde o início.

Haeckel, a quem Ruse correctamente cita como o mais proeminente alemão Darwinista dos finais do séculos XIX e início do século XX, até alegou que a humanidade devia ser dividida em doze espécies distintas e em quatro géneros separados. Ele declarou várias vezes que a distância entre os humanos mais altos e os mais baixos era maior do que a distância entre os seres humanos e os símios.

Esta desigualdade racial baseada no Darwiniano era uma visão predominante entre os cientistas e académicos alemães do inicio do século XX. Antes e durante o período Nazi, os antropólogos e de renome e eugenistas - Eugen Fischer, Fritz Lenz, Otmar von Verschuer, Hans FK Guenther, e muitos outros - todos eram ávidos Darwinistas e todos eles acreditavam que o Darwinismo implicava desigualdade racial. A afirmação de que os "ideólogos nazis rapidamente perceberam o quão completamente antitética era toda a ideia da evolução para a sua própria ideologia" está tão longe da realidade quanto poderia estar.

Além disso, devo referir que Haeckel foi também a primeira pessoa na história alemã que avançou a ideia de que as pessoas com deficiências deveriam ser mortas, um programa que os Nazis implementaram. A maioria dos eugenistas e médicos que promoveram a "eutanásia" para os deficientes - e a maior parte dos que o levaram a cabo ao abrigo do Nazismo - usaram abertamente justificações Darwinistas para ela.

Agora, Ruse está certo de que o Darwinismo tem sido utilizado por muitas pessoas para avançarem várias posições, algumas das quais são antitéticas. Não estou a dizer que o Darwinismo conduz inevitavelmente ao Nazismo. No entanto, como já salientei no meu artigo "Does Darwinism Devalue Human Life", muitos Darwinistas têm admitido que o Darwinismo tem implicações filosóficas que afectam o valor da vida humana.

Peter Singer, o bioeticista da Princeton University, que apoia o infanticídio e a eutanásia para os deficientes, por exemplo, admite que o Darwinismo está subjacente à sua demissão do carácter sagrado da vida humana. Richard Dawkins também alega que o Darwinismo apoia a eutanásia.

A tentativa de Ruse de branquear a ligação histórica entre o Darwinismo e o Nazismo pode fazê-lo sentir-se melhor sobre o Darwinismo, mas isso não corresponde à realidade histórica.

Richard Weikart, é professor de história na Califórnia State University, Stanislaus, e autor de From Darwin to Hitler: Evolutionary Ethics, Eugenics, and Racism in Germany.




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A origem da vida não é consensual. A evolução dos seres vivos não é consensual. A teoria de Lamarck, a teoria de Darwin, e outras, propuseram a transformação dos seres vivos ao longo do tempo.

Mas o evolucionismo e o darwinismo não explicam de forma satisfatória a complexidade dos seres vivos. A biologia molecular e a biologia celular revelam mecanismos cuja origem os darwinistas nem se atrevem a tentar explicar.


Este blog trata da Teoria do Design Inteligente, Darwinismo e Teoria da Evolução