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domingo, 21 de dezembro de 2008

O Fantasma do Criacionismo e o Tabu do DI

macacos shimps chimpanzésTodos nós já nos habituámos a ver o Design Inteligente ser confundido propositadamente com o Criacionismo. Mas muitas vezes o DI é completamente ignorado/eliminado do debate em torno da Teoria da Evolução, como se não existisse. O síndrome do não ouvi, não vi e não falo ainda se encontra por aí no que diz respeito ao DI.

Foi o que aconteceu mais uma vez, desta feita num artigo do semanário de distribuição gratuita, o SEXTA, de 19 de Dezembro de 2008. Na página 10 daquele semanário encontramos um artigo que pretende abordar a temática do Criacionismo em Portugal em contraponto à Teoria da Evolução de Darwin.

O artigo presta um péssimo serviço informativo no tocante ao Criacionismo e à Teoria da Evolução pois limita-se a lançar algumas opiniões soltas de alguns adeptos de ambos os lados.

Mas o que demonstra que este artigo de Rui Passos Rocha é de facto de muito péssima qualidade é a forma como ele resume o debate apenas a Criacionismo versus Teoria da Evolução.

Como é possível falar do debate em torno da Teoria da Evolução sem sequer referir o Design Inteligente?

Como é que se pode pretender fazer um trabalho de informação sério sem informar os leitores de que a Teoria da Evolução está actualmente a ser seriamente posta em causa no campo da ciência? Como é que se pode tentar passar a ideia de que a Teoria da Evolução está do lado da ciência, em oposição à fé dos criacionistas (como se na ciência só houvesse espaço para uma visão darwinista), se muitos cientistas e académicos, alguns deles até agnósticos e ateus, se manifestam a favor do Design Inteligente e lançam fortes críticas à Teoria de Darwin?

Ou é ignorância e o jornalista não investigou, não se informou convenientemente, antes de informar os outros, o que não abona nada a seu favor. Ou então o jornalista não conseguiu que a imparcialidade imperasse sobre as suas próprias opções em torno do debate sobre a Teoria da Evolução, o que volta a não abonar nada a seu favor.
E assim vamos todos nós ficando empobrecidos com os nossos media ainda presos a uma Teoria do século XIX.

Aqui fica o artigo publicado esta semana no SEXTA:


Adão e Eva nos blogues
Criacionismo Há 150 anos, Darwin chocou o mundo ao dizer que as espécies evoluem e os humanos são parentes dos macacos. Ainda hoje, há quem mantenha a certeza da criação divina. Ciência e fé são conciliáveis?

Rui Passos Rocha

Adão e Eva Adam EveO criacionismo ainda não chegou às escolas portuguesas, por isso contenta-se, para já, com a blogosfera. É aí que Jónatas Machado ataca o método científico, a sua falibilidade e a ausência de provas da teoria da evolução das espécies. Em declarações escritas ao SEXTA, o professor de Direito da Universidade de Coimbra refere que o facto de que a ciência «nunca pode chegar à verdade absoluta, porque todo o conhecimento científico é provisório», é motivo suficiente para se acreditar no Génesis, que «é verdadeiramente fiável».

As descobertas científicas transformaram Adão e Eva, a Arca de Noé e os Dez Mandamentos de Moisés, entre outras histórias bíblicas, em figuras de estilo. A Igreja Católica não mais ousa impor sobre os seus fiéis a interpretação literal da Bíblia; os cristãos, na sua maioria, concebem aqueles episódios como metáforas da experiência terrena. Mas há uma minoria que se apoia no Livro Sagrado e «a verdade não é definida pela maioria ou pela minoria» ? diz Jónatas.

Sérgio Mats, anfitrião de www.darwinismo.wordpress.com, argumenta que «o propósito da teoria da evolução é o de demonstrar que Deus não é necessário como explicação para a origem da biosfera». O criacionismo não é, então, «rejeitado por razões científicas», porque «o que há são razões ideológicas». Daí a conclusão: «Como Jónatas costuma dizer, religião por religião mais vale ficar com a cristã. Ao menos essa faz sentido no mundo em que vivemos.»

Marcos Ferreira (www.alogicadosabino.wordpress.com) vai mais longe: «O ateísmo é uma consequência da acção do Diabo» e «a Evolução promove o ateísmo», que «é o que o Diabo pretende». A ciência, garante, «mistura observação empírica com observações de fé», está «sujeita a especulação, interpretação, dedução». «Os manuais científicos são escritos e reescritos», mas «a palavra de Deus é imutável», remata.

O método científico faz-se de testes, verificação e discussão, e isso distingue-o do criacionismo, esclarece Ludwig Krippahl, o animador de Que Treta! (www.ktreta.blogspot.com). Segundo o professor da Universidade Nova de Lisboa, a reduzida aposta no conhecimento leva a que o cidadão comum não saiba como rejeitar a tese criacionista de que o mundo tem 6000 anos. «Os criacionistas aproveitam-se disso para apresentar a sua fé como uma hipótese ao nível das teorias científicas modernas. À superfície, parecem semelhantes. Só quem escava é que vê que o criacionismo é só a superfície ? acaba logo na Bíblia.»

Ao contrário do que afirmam os criacionistas, a teoria da evolução não se diz 100 por cento certa. «A questão é saber se há alguma alternativa teórica mais plausível, e não apenas possível logicamente», diz Desidério Murcho (www.dererummundi.blog spot.com), professor de Filosofia na Univ. Federal de Ouro Preto, Brasil. Completa Krippahl: «As teorias aceites na ciência moderna têm profundos alicerces em resultados experimentais e ramificações tecnológicas.» Trocada por linguagem futebolística, a distância que separa o criacionismo da ciência «é a diferença entre o fã que diz que o seu clube é o maior e o treinador que procura aperfeiçoar os treinos de forma a optimizar o rendimento dos atletas», diz Krippahl. Na mesma linha, Desidério Murcho adverte: «O pior que se pode fazer ao suposto debate sobre a teoria da evolução é pensar que se trata realmente de um debate intelectual. Para isso é preciso que quem debate esteja interessado em descobrir a verdade, e não apenas em fazer pressão política.»

Fonte: O semanário SEXTA (link directo para o texto).



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A origem da vida não é consensual. A evolução dos seres vivos não é consensual. A teoria de Lamarck, a teoria de Darwin, e outras, propuseram a transformação dos seres vivos ao longo do tempo.

Mas o evolucionismo e o darwinismo não explicam de forma satisfatória a complexidade dos seres vivos. A biologia molecular e a biologia celular revelam mecanismos cuja origem os darwinistas nem se atrevem a tentar explicar.


Este blog trata da Teoria do Design Inteligente, Darwinismo e Teoria da Evolução