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terça-feira, 10 de março de 2009

Conan Doyle e Darwin - celebração conjunta

The Lost World"Quando olhei no microscópio pela primeira vez vi a necessidade absoluta de humildade perante a Natureza. Eu não sei se existe um Deus, mas o que eu sei é que o homem não é substituto". Estas foram as palavras do Professor Challenger na adaptação para o cinema, por Tony Mulholland e Adrian Hodgesde, da obra de Sir Arthur Conan Doyle, The Lost World, em que ele preparou uma aventura que iria levá-lo às zonas mais profundas da Amazônia brasileira em busca de vida pré-histórica (Ref 1 ). A obra The Lost World de Conan Doyle revelou-se um bestseller retumbante no seu primeiro ano. Publicado durante o aniversário do centenário do Origem das Espécies, esta aventura cheia de acção capturou claramente a imaginação do público. Embora muito tenha sido feito neste ano do bicentenário Darwin, é um facto pouco conhecido que este mês também se comemora o 150º aniversário do nascimento de Conan Doyle através de leituras públicas do seu livro icónico (Ref. 2).
Reading The Lost World
Situados na Grã-Bretanha do início do século 20, The Lost World conta a história de quatro homens que se aventuraram numa viagem de descoberta em busca de um planalto que, como defendia o Professor Challenger, albergava uma infinidade de dinossauros (Ref. 3, p.56) . As reivindicações de Challenger foram inicialmente recebidas com absoluta descrença e foram ridicularizadas quando ele apresentou seu ponto de vista ao Instituto Zoológico de Londres. Ele começou a planear a expedição ao planalto por entre criticas e acusações de má conduta científica (Ref. 3, p.72). Challenger sabia que aquilo que ele defendia teria que ser rigorosamente testado, e que a sua carreira como um cientista respeitado pelo público estava em risco se ele voltasse da expedição de mãos vazias.

Foi assim que, no meio de um ambiente de total desconfiança não só do "establishment" científico, mas também dos membros de sua expedição (Ref. 3, p.93, pp.102-103), Challenger partiu para a aventura de uma vida. Ele estava determinado a regressar com as evidências que ele achava lhe iriam permitir ganhar uma posição como um dos "profetas" da ciência, a par com personalidades como Galileu e Darwin (Ref. 3, p. 73). Como os seus companheiros de viagem lhe lembraram, "ele era um homem cuja veracidade estava sob julgamento", um homem que, "andou entre os seus próprios juízes" (Ref. 3, p.122). Seu momento de triunfo veio quando a expedição descobriu "os mais terríveis monstros que já andaram pela terra" (Ref. 3, p.214). Com Iguanodons, Megalossaurps, Plesiossauros e pterodáctilos que Challenger e seus juízes observaram (Ref 3, pp.174-216, p.261), a expedição reuniu as provas que precisava.

Se a expedição de Challenger tivesse regressado sem a mínima centelha de evidências observáveis após terem vasculhado toda a selva amazónica pelo planalto pré-histórico, as suas reivindicações teriam sido classificadas como não-comprovadas. Mas os intrépidos viajantes voltaram triunfantes. A expedição foi recebida por uma multidão de jornalistas e repórteres ávidos para serem os primeiros a verem as evidências que os viajantes tinham trazido (Ref. 3, p.291). Quando o Instituto Zoológico reunia-se para ouvir todos os pormenores da expedição, com os pesos pesados da ciência conspicuamente presentes na audiência, os quatro homens - o Professor Challenger, o Professor Summerlee, Lord Rockston e o Sr. Malone - fizeram a sua entrada, acompanhada por uma ovação em pé da multidão (Ref. 3, pp.292-294).

Summerlee começou com um pedido de desculpas por seu cepticismo em relação às reivindicações de Challenger sobre a existência desse mundo misterioso. Ele então continuou para fazer um relato detalhado da incrível diversidade de fauna pré-histórica que tinham encontradas (Ref. 3, pp.295-297). Ainda assim, o público fez a difícil, mas razoável exigência de evidências sólidas que apoiassem os relatos de Summerlee - afinal de contas a ciência precisa de dados empíricos sólidos para testar suas hipóteses, e não apenas ideias e inferências com base em desejos pessoais: "a natureza humana era muito complexa. Mesmo Professores poderiam ser enganados pelo desejo de notoriedade"(Ref. 3, p.299).

Quando Challenger apresentou um caixote, de entre os seus objectos mais valiosos, apareceu uma criatura tão "maliciosa, horrível, com dois pequenos olhos vermelhos tão brilhantes como brasas" - um pterodáctilo capturado no planalto da Amazónia (Ref. 3, p .295). Com o pânico a instalar-se na multidão, aqueles que tinham olhado para Challenger com desprezo não podiam fazer nada senão ficar resignados. Os membros da expedição afinal não tinham sido vitimas dos seus desejos de notoriedade, mas tinham regressado com provas sólidas para apoiarem os seus relatos. As observações de encerramento de Challenger foram pungentes: "Não serve de nada levantar esperanças e depois ter que as baixar. Mas são factos, e não esperanças, aquilo que vos apresentamos agora" (Ref. 3, p. 315).

Podemos aprender com o thriller de Conan Doyle, talvez a lição mais importante é que a absoluta necessidade de fortes evidências empíricas e rigor na ciência. Ironicamente essa lição é inteiramente relevante para as discussões sobre a aparente solidez dos "factos" da evolução darwinista. Embora a teoria de Darwin seja descrita de forma famosa como "uma das mais iluminantes ideias científicas de todos os tempos" (Ref. 4), há um crescente corpo de respeitados cientistas, que hoje são cépticos quanto aos aspectos macro-evolutivos da mesma(Ref. 5). Recentemente o advogado e geólogo Casey Luskin resumiu duas áreas da tese de Darwin que permanece em contenda acesa (Ref. 6). No que diz respeito ao registo fóssil, Luskin escreveu:

"Muitos evolucionistas admitiram que o registo fóssil não continha as formas transitórias que Darwin previu. David S. Woodruff, um biólogo evolucionista, que estudou com Gould, implorou aos seus colegas,"Os biólogos evolucionários não podem mais ignorar o registo fóssil com o argumento de que ele é imperfeito". Outro artigo explica,"A capacidade do registo fóssil dar um relato claro da história evolutiva tem sido questionada por causa de sua incompletude"... Ao invés de encontrar um registo que indique a lenta evolução dos organismos, o registro fóssil mostra um padrão consistente em que as novas formas fósseis vêm à existência abruptamente, o que muitos já apelidaram de "explosões" na história de vida." (Ref. 6, p.96)

Em matéria de filogenia molecular e morfológica, o ataque de Luskin foi igualmente enfático:

""Apesar da crescente sofisticação metodológica, filogenias derivadas da morfologia e aquelas inferidas a partir de moléculas, nem sempre são convergentes em consenso". Conforme o consenso se torna cada vez mais difícil de alcançar, a sistemática darwinista tem tentado construir filogenias baseadas em dados de muitos genes que são relacionados por forma a produzirem uma única árvore. Nesta abordagem os evolucionistas constroem filogenias somente após assumirem uma ascendência comum. Eles não seguem o método científico rigoroso , não tentam falsear a hipótese determinando se árvores baseadas em características distintas combinam umas com as outras. Se eles estivessem dispostos a testar a hipótese deles, o seu método seria muito diferente. Com o advento da revolução biotecnológica e o sequenciamento do DNA, é hoje claro que os conflitos existem não só nas árvores baseadas na morfologia, mas também entre diferentes tipos de árvores baseadas em genes." (Ref. 6, p.92)

Conan DoyleÉ evidente que há muito a ser debatido. Parece um tanto irónico, portanto, que os nascimentos de Darwin Darwine de Conan Doyle, sejam ambas reunidas numa co-celebração da conquista científica e literária (Ref. 2). Afinal ao contrário do Challenger de Conan Doyle, Darwin continua claramente a caminhar por entre seus próprios juízes.

Referências
1. The Lost World, A BBC/A&E Home Video Co-production, distributed by New Video, c2002, Producer, Christopher Hall, Adapted by Tony Mulholland & Adrian Hodges

2. See The Lost World Read 2009 at http://www.lostworldread.com/

3. Arthur Conan Doyle (1959), The Lost World, Published by Looking Glass Publishers, Distributed by Random House

4. See Darwin 200 at http://www.lostworldread.com/darwin_200.htm

5. See Darwin Skeptics at http://www.rae.org/darwinskeptics.html

6. Michael Behe, Eddie N. Colanter, Logan Paul Gage, Phillip Johnson

(por Robert Deyes)



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A origem da vida não é consensual. A evolução dos seres vivos não é consensual. A teoria de Lamarck, a teoria de Darwin, e outras, propuseram a transformação dos seres vivos ao longo do tempo.

Mas o evolucionismo e o darwinismo não explicam de forma satisfatória a complexidade dos seres vivos. A biologia molecular e a biologia celular revelam mecanismos cuja origem os darwinistas nem se atrevem a tentar explicar.


Este blog trata da Teoria do Design Inteligente, Darwinismo e Teoria da Evolução